Necessidade Social do Curso

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS DA POPULAÇÃO DA MESORREGIÃO

Mato Grosso do Sul é o 6º estado do país em extensão territorial, possuindo 357.145,534 km2, correspondentes a 4,19% da área total do Brasil (8.515.767,049 km2) e a 22,23% da área do Centro-Oeste, sendo formado por quatro mesorregiões, que totalizam 79 municípios. De acordo com as estimativas da população residente no Brasil e unidades da Federação com data de referência em 1º de julho de 2016 (BRASIL, 2017), a população estimada de Mato Grosso do Sul era de 2.682.386 habitantes, conferindo ao estado a 21ª população do Brasil.

A economia do Estado de Mato Grosso do Sul é baseada no agronegócio, com alguns polos de extrativismo mineral (como em Corumbá) e siderúrgico e de produção de celulose (como em Três Lagoas). Com baixa industrialização, seus principais produtos de exportação são grãos (principalmente soja e milho), álcool e gado de corte (carne e couro).

O estado possui sua população concentrada, principalmente nas cidades de Campo Grande (32,3 % da população), Dourados (8,25 %), Três Lagoas (4,3 %) e Corumbá (4,1 %). A proporção da população residente não natural no estado é de 30%.

Em Mato Grosso do Sul, a porcentagem de domicílios com televisores passou de 93,1% em 2005 para 96,5% em 2013. Já a porcentagem de domicílios com telefonia móvel passou de 74% em 2005 para 94,3% em 2013. No estado vizinho, Mato Grosso, essas variações correspondem, respectivamente, a 84,9% e 93,5%, e 61,3% e 93,5%.

Campo Grande, a capital, fica situada na mesorregião Centro Norte, com população estimada para 2016 de 863.982 (oitocentos sessenta e três mil e novecentos e oitenta e dois) habitantes, ocupando uma área de 8.092.951 km2 (oito milhões e noventa e dois mil e novecentos e cinquenta e um quilômetros quadrados), sua densidade demográfica é de 97,22 hab/km², sendo um grande centro de serviços do estado (BRASIL, 2017a).

Em 2014, o salário médio mensal era de 3,4 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 36,5%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 3 de 79 e 3 de 79, respectivamente. Já na comparação com municípios do Brasil todo, ficava na posição 122 de 5570 e 315 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, possuía 30.3% da população nessas condições, o que o colocava na posição 73 de 79 dentre os municípios do estado e na posição 4617 de 5570 dentre os municípios do Brasil (BRASIL, 2017a).

Quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Campo Grande conta com um índice de 0,784, o melhor do estado, sendo o 170º município do país, de acordo com dados de 2010 (BRASIl, 2017a).

Quanto à educação, em 2015, os alunos dos anos iniciais da rede pública do município tiveram nota média de 5.4 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 4.8. Na comparação com municípios do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais colocava este município na posição 19 de 79. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 9 de 79. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 98 em 2010. Isso posicionava o município na posição 23 de 79 dentre os municípios do estado e na posição 2065 de 5570 dentre os municípios do Brasil(BRASIL, 2017a).

Quanto ao Ensino Superior, Mato Grosso do Sul possui 37 instituições, que representam 1,3% das matrículas em cursos presenciais, sendo que a mesorregião Centro Norte de Mato Grosso do Sul foi responsável por mais de 40 mil matrículas (55%). Em 2013, na rede privada houve uma pequena queda de 0,4% nas matrículas, atingindo a marca de 51,5 mil matrículas, contra 51,7 mil do ano anterior. Na rede pública, os números ficaram praticamente estáveis, com crescimento de 1,6%, totalizando 28,3 mil matrículas em 2013 contra 27,8 mil do ano anterior.

O ensino superior privado em Mato Grosso do Sul obteve nos últimos 13 anos um crescimento de 83% em relação ao número de matrículas. Já o setor público apresentou um aumento de 99%.

Das quatro mesorregiões do estado apenas uma contabilizou, em 2013, mais de 40 mil matrículas em cursos presenciais: a Centro Norte de Mato Grosso do Sul (43,9 mil), onde situa-se a cidade de Campo Grande.

Quanto à economia, em 2014, Campo Grande possuía um PIB per capita de R$ 28349.62. Na comparação com os demais municípios do estado, sua posição era de 29 de 79. Já na comparação com municípios do brasileiros sua colocação era de 886 de 5570. Em 2015, tinha 55.2% do seu orçamento proveniente de fontes externas. Em comparação aos outros municípios do estado, estava na posição 73 de 79 e, quando comparado a municípios do  Brasil todo, ficava em 4893 de 5570(BRASIL, 2017a).

Na área da Saúde, a taxa de mortalidade infantil média no município é de 7.96 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 0.1 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 58 de 79 e 73 de 79, respectivamente. Quando comparado a municípios do Brasil todo, essas posições são de 3687 de 5570 e 4734 de 5570, respectivamente (BRASIL, 2017a).

A Faculdade de Medicina do campus UFMS de Campo Grande está localizada na Mesorregião do Centro-Norte de Mato Grosso do Sul, que é composta por  duas microrregiões: Microrregião do Alto Taquari (8 municípios) e Microrregião de Campo Grande (8 municípios).

Os municípios de Alcinópolis, Camapuã, Coxim, Figueirão, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste e Sonora fazem parte da Microrregião do Alto Taquari. Os municípios de Bandeirantes, Campo Grande, Corguinho, Jaraguari, Rio Negro, Rochedo, Sidrolândia e Terenos fazem parte da Microrregião de Campo Grande.

Anexo com as tabelas referentes aos Indicadores Socioeconômicos da População da Mesorregião salvo em “Anexo e Apêndices”.

INDICADORES SOCIOAMBIENTAIS DA REGIÃO

A utilização de indicadores sócio-ambientais é muito importante no mundo atual, devido a possibilidade da promoção da consciência das implicações que podem ocorrer no ambiente, afetando as atividades humanas.

Compreendem algumas dimensões, a primeira relativa ao saneamento, neste sentido Campo Grande, por meio de um modelo que prevê o acesso aos serviços essenciais, apresenta bons indicadores quanto ao esgotamento sanitário e água tratada. Segundo a Empresa Concessionária Águas de Guariroba 73% da população tem este serviço disponível, com uma projeção para 2025 de ser uma das primeiras capitais brasileiras a disponibilizar o serviço para todos os moradores do município. Ainda, neste tocante, 99% das residências têm água tratada, sendo que os índices de perda de água são referência no país (20%), em relação a média nacional que é de 40%, dados que impactam os indicadores de saúde da capital.

Em relação à Coleta seletiva de resíduo sólido (papeis, plásticos, vidros e metais), a capital conta com duas modalidades praticadas: a primeira, porta a porta ou domiciliar e a outra de entrega voluntária (LEV). Na Coleta domiciliar, os veículos coletores percorre a residências em horários e dias específicos, que não são coincidentes com a coleta convencional. Neste sistema, os moradores colocam para fora de suas residências os recicláveis que estão acondicionados em qualquer recipiente ou embalagem. Somente parte da capital tem este tipo de coleta, todavia existe um plano de expansão em curso.

A coleta convencional, nas residências e comercio em geral, é realizada por uma equipe treinada da concessionaria CG SOLURB Soluções Ambientais, para recolher e acondicionar os resíduos transportados por caminhões coletores. Existe um aterro sanitário, o Dom Antônio Barbosa II, de gestão da própria concessionaria. Toda área urbana do  Munícipio e Distrito de Campo Grande tem cobertura deste serviço.

A capital do estado de Mato Groso do Sul tem população predominantemente urbana (98,66%), neste sentido tem experimentado o aumento no trafego de veículos, com consequente emissão atmosférica que contribui para a qualidade do ar e a vida dos cidadãos. Os poluentes atmosféricos tem efeito direto no meio ambiente, afetando a qualidade de vida.

A frota veicular é umas das principais fontes de poluente atmosférico devido a emissão de gases, Campo Grande tem estado em alerta, considerando ser uma das capitais com um dos maiores números de carro por habitante, de acordo com dados do IBGE (2017) Campo Grande hoje tem 281083 automóveis para uma população de aproximadamente 800.000 habitantes.

O município de Campo Grande detém ainda o título da capital mais arborizada do país, para cada 100 residências, 96 são arborizadas (IBGE,2012). A espécie típica que singulariza a cidade, característica do cerrado são os Ipês, paisagem comum nos parques, canteiros e terrenos. O Município tem 183.000 hectares de cobertura vegetal remanescentes. Deste total, 61% estão em parques, praças ou unidades de conservação protegidas por lei.

Na última década a prefeitura municipal Campo Grande implementou os parques lineares do Anhanduí, do Sóter e do Buriti Lagoa, com o objetivo de ordenar o uso das margens dos córregos urbanos, antes ocupadas por favelas, que contribuíam para o acúmulo de lixo nas margens, acarretando problemas ambientais e de saúde pública. As famílias foram assentadas em conjuntos habitacionais com infraestrutura de moradia e as margens dos córregos foram revitalizadas com o objetivo de conservação dos mananciais.

Há diversos parques espalhados pela cidade (Horto Florestal, Parque das Nações Indígenas, Orla, Airton Sena, entre outros) que oferecem a população vários equipamentos de lazer.

ANÁLISE DA OFERTA DO CURSO NA REGIÃO

No Brasil, até setembro de 2017, havia 294 escolas médicas. Sendo 164 particulares, 78 federais, 34 estaduais, 16 municipais e 2 públicas, nas quais 28 324 estudantes completam o curso por ano.

No estado de Mato Grosso do Sul, há 5 escolas médicas com 388 vagas disponíveis para o primeiro ano de medicina, sendo 4 escolas públicas e uma instituição privada.

  1. Curso de Medicina da Universidade Anhanguera-UNIDERP – 120 vagas.

  2. Curso de Medicina da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – 80 vagas

  3. Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus de Campo Grande – 80 vagas.

  4. Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) – Campus de Três Lagoas – 60 vagas.

  5. Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul – Campus Campo Grande – 48 vagas

No interior do estado, o curso é oferecido no município de Dourados pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD (80 vagas, com uma entrada anual de verão) e no município de Três Lagoas em Campus CPTL-UFMS (60 vagas, com uma entrada anual, de inverno).

A UEMS e o CPTL-UFMS formarão a sua primeira turma em 2020. O Campus de Campo Grande da UFMS irá formar em 2017 a sua quadragésima quinta turma.

Mato Grosso do Sul tem 2.713.147 habitantes, 30.761 a mais do que em 2016, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2017.

Campo Grande ganhou 10.228 novos habitantes no período. Este ano, segundo o IBGE, são 874.210 moradores.

Considerando os dados do Censo Inep/MEC que diz que em 2015 (ultimo realizado), 16.680.658 candidatos foram inscritos para vestibulares em cursos presenciais e a distância, mas apenas 8.531.655 vagas foram oferecidas. Desses 16 milhões, 8.825.925 almejavam universidades públicas, enquanto 7.854.733 focaram nas particulares e que somente 17,5% (2.920.222) concluem o sonho de entrar em uma faculdade. Ou seja, 13.760.436 não tiveram acesso à educação superior naquele ano. Evidenciamos a importância de uma Instituição de Ensino Federal para uma região, e portanto a relevância dos cursos por ela oferecido.

Com a instituição do Programa Mais Médico, o Governo Federal almeja se aproximar da oferta de vagas na proporção que se aproxima da realidade de países como a Inglaterra, que é o segundo maior sistema público e universal do mundo e tinha em 2011 uma relação de 1,61 vagas/10 mil habitantes, 0,95 vagas/10 mil habitantes em 2013 e para 1,34 vagas/10 mil habitantes em 2017 (BERBEL,2017).

Considerando o número de habitantes do Estado de Mato Grosso do Sul e do número de vagas oferecidos pelas cinco IES públicas que ofertam vagas, para Medicina no Estado, temos a proporção de aproximadamente 1,4 vagas/10 mil habitantes. Se extrapolarmos os dados somente para as IES públicas essa relação cai para 0,95 vagas /10 mil habitantes.

Considerando os dados expostos quanto a procura por universidades públicas e a necessidade de aumento da oferta de vagas principalmente em universidades públicas e o fato do curso de medicina da UFMS campus Campo Grande ter sido o precursor no Estado, salientamos a importância deste curso para a região Centro Oeste em especial para o Estado de Mato Grosso do Sul.