Dúvidas Frequentes sobre os exames para Covid-19 na UFMS

Postado por: James Venturini

1.Quais são os exames disponíveis para o diagnóstico de Covid-19?

Nós, da Faculdade de Medicina da UFMS, estamos realizando exames diagnósticos de Covid-19 a um custo menor e maior rapidez na entrega do resultado. Atualmente, oferecemos os seguintes exames:

– detecção do material genético do vírus pela técnica de PCR em tempo real (RT-qPCR) em amostra biológica coletada pelo cotonete (swab)

– detecção de antígenos virais do vírus pela técnica de imunocromatografia (teste rápido) em amostra biológica coletada pelo cotonete (swab)

– detecção de anticorpos IgM e IgG pela técnica de imunocromatografia (teste rápido) em gota de sangue coletada no dedo

– detecção de anticorpos IgG pelas técnicas sorológicas de ELISA (ensaio imunoenzimático) ou ELFA (ensaio enzimático por fluorescência) em amostras de sangue, coletada em tubo por punção venosa.

2.O que são testes rápidos para detecção de IgM/IgG?

Esse termo se popularizou com a pandemia do novo coronavírus.  São sistemas de uso profissional, manuais, que não necessitam de outros equipamentos de apoio, como os que são usados em laboratórios, e que conseguem dar resultados entre 15 e 30 minutos. São exames que podem auxiliar o diagnóstico, após avaliação médica. A técnica do exame é chamada de teste imunocromatográfico.

3. O que são testes RT- qPCR?

RT-qPCR (Reverse Transcription – quantitative Polymerase Chain Reaction) é um teste que verifica a presença de material genético do vírus, confirmando que a pessoa se encontra NO MOMENTO DO EXAME com o vírus da Covid-19

4. Quais desses exames devo escolher para o diagnóstico de Covid-19?

Não basta fazer o exame, precisamos fazer o exame CORRETO! A detecção fiel do SARS-CoV-2 exige a escolha do método correto de diagnóstico.

De modo geral, duas abordagens têm sido geralmente utilizadas para a triagem diagnóstica do vírus da Covid-19, o SARS-CoV-2: exames que detectam o vírus e exames que detectam anticorpos produzidos em resposta do nosso organismo após a exposição ao vírus.

Os exames para detectar o vírus são aqueles em que a coleta é realizada através do cotonete (Swab) na cavidade nasal e, ou, garganta. Temos dois tipos: o diagnóstico molecular que é o RT-qPCR que pesquisa o material genético do vírus e o teste rápido que pesquisa o antígeno do vírus.

O padrão-ouro, isto é, o mais recomendado para o diagnóstico, é o RT-qPCR, que pode detectar o material genético do vírus antes mesmo dos sintomas aparecerem, porém apresenta custo mais elevado e mais tempo para ficar pronto (24 horas).

O teste rápido para detecção de antígenos tem a vantagem de o resultado sair em 15-30 minutos, porém é um pouco menos sensível e os sintomas têm que estar presentes.

Os exames para anticorpos são recomendados para quem teve a infecção pelo vírus há pelo menos 15-30 dias. Nesse período, o organismo produz anticorpos em respostas ao SARS-CoV-2 que pode ser detectado pelo teste rápido ou pelo exame sorológico. O teste rápido é menos sensível e específico, porém com resultado em 15-30 minutos. O teste sorológico é muito mais sensível e específico, porém o resultado pode sair em 1 hora ou ate 24 horas, dependendo do método.

5. Se eu tive contato recente e não estou com sintomas, mas quero fazer o exame, qual o mais recomendado?

O mais indicado é o RT-qPCR. Mas vale lembrar que esse exame detecta o material genético do vírus apenas naquele momento. O vírus precisa de um tempo para se multiplicar no organismo para ele ser detectado no exame. Isto é, se o contato com um indivíduo infectado ocorreu na data de ontem, é muito provável que o teste seja negativo na data de hoje. Então, recomenda-se alguns dias (3-5 dias) após a exposição para se realizar esse exame, caso não apresente sintomas.

6.Estou com sintomas de gripe (dor no corpo, dor de cabeça, febre, tosse etc). Qual o melhor exame a realizar?

Aqui você tem duas opões: o RT-qPCR e o teste rápido. Em ambos, se faz a coleta de secreção nasal e, ou, orofaríngea com o cotonete (swab). O RT-qPCR é mais preciso, mas exige um tempo maior para liberar o resultado. O teste rápido tem resultado em 15 minutos, porém pouco menos preciso. O melhor dia para coleta de amostra para este teste é no terceiro dia de sintomas.

7. Então, quando eu devo fazer o teste de anticorpo (teste rápido IgM/IgG ou sorológico para IgG)?

Principalmente para saber se você:

– já foi exposto no passado;

– teve Covid-19 e quer saber se já tem anticorpos;

– tomou vacina e quer saber se já tem anticorpos;

Lembrando que é necessário levar em conta 15-30 dias após a infecção ou 2ª dose da vacina ou início dos sintomas da Covid-19.

8. Fui vacinado, qual o melhor teste para saber se tenho anticorpos?

Certamente, o exame sorológico para detecção de IgG pelos métodos de ELISA, CLIA ou ELFA é o mais indicado para quem tomou a vacina. Lembrando que cada pessoa tem seu próprio tempo para produzir esses anticorpos, que varia de 15-30 após a segunda dose da vacina. Nós realizamos os testes pelas metodologias de ELISA e ELFA. Novas tecnologias estão sendo aprimoradas para melhor detectar os anticorpos chamados neutralizantes, isto é, um tipo de anticorpo que é mais eficiente para se ligar ao vírus e impedi-lo para infectar as células do organismo.

9. Como faço para fazer a coleta pela Faculdade de Medicina da UFMS? Preciso agendar? Preciso estar em jejum?

Você deve se direcionar ao prédio antigo da FAMED (Unidade 9), onde estão acontecendo as pesquisas relacionadas à Covid-19. No site, temos um mapa de orientação, e o link a seguir com a localização: https://www.google.com/maps/place/Famed+UFMS/@-20.4977693,-54.6143367,15z/data=!4m5!3m4!1s0x0:0x540e86b73f2c0e61!8m2!3d-20.4977693!4d-54.6143367.

Não é necessário agendar as coletas de exames, os atendimentos são realizados por livre demanda. Não é necessário estar em jejum para a coleta, mas o ideal é que o paciente esteja bem hidratado, pois isso facilitará a coleta de sangue, se for o caso.

10. Quais os valores e como faço o pagamento?

Coleta por cotonete (swab) para detecção do vírus da Covid-19, pelo método de RT-qPCR. Resultado em até 24 horas. R$ 180,00

Coleta por cotonete (swab) para detecção de antígeno do vírus da covid-19. Resultado em 15 minutos. R$ 99,00

Teste rápido IgG – resultado em 15 minutos. R$ 60,00

Coleta de sangue – exame sorológico para detecção de anticorpos IgG (ELISA ou ELFA) – resultado de 4 a 6 horas. R$ 99,00

O pagamento será realizado por cartão de débito ou crédito. Não aceitamos pagamento em dinheiro.

11. Ouvi falar que é importante a detecção de anticorpos do tipo “neutralizantes” para estar protegido após vacinação. Qual o teste que devo fazer?

De fato, para uma melhor resposta ao vírus, os anticorpos produzidos após a vacinação têm que ser os neutralizantes, isto é que anticorpo neutralize a ligação do vírus com a porta de entrada em nossas células: o receptor chamado ACE-2. Infelizmente, os melhores testes somente têm sido utilizados em pesquisas científicas, pois requerem uma grande infraestrutura, onde é necessário fazer esses testes com os vírus vivos, o que seria um perigo se fosse realizados fora desses ambientes controlados. O que temos disponível são testes que melhor se aproximam do que ocorre no nosso organismo, sem precisar do vírus vivo. Os testes sorológicos disponíveis no mercado para essa finalidade procuram detectar anticorpos específicos que se ligam à proteína do vírus (chamada de Spike-1/S1 ou ao subdomínio da S1 chamado RBD – Receptor Binding Domain) que é usada para o vírus encontrar o receptor e entrar nas células. Assim, os melhores testes sorológicos disponíveis para indicar, indiretamente, uma proteção são aqueles que buscam por anticorpos anti-RDB Spike 1. O teste sorológico ELFA, que utilizamos em nosso laboratório, detecta anticorpos anti-RDB Spike 1.

12. Se o resultado do teste rápido (IgM/IgG) for NEGATIVO isso indica que não tenho Covid-19?

Não. Diversos fatores influenciam os testes, tais como a sensibilidade/ especificidade e a condição do paciente (reposta imunológica). Os testes rápidos (IgM/IgG) negativos indicam que você não tem anticorpos contra o vírus da Covid-19. Considerando que esses anticorpos somente surgem em quantidade detectáveis alguns dias (08-30 dias) depois da infecção, o teste somente tem alguma significância após esse período. Se sua carga imunológica (quantidade de anticorpos) for baixa, o teste pode ter um falso negativo.

13. O meu resultado no teste rápido deu IgM positivo e IgG negativo. O que significa IgM e IgG?

IgG e IgM são imunoglobulinas, também chamados de anticorpos, são proteínas circulantes no organismo que podem proteger os pacientes contra o vírus da Covid-19. Os anticorpos sempre estão presentes no organismo quando o indivíduo foi infectado por algum patógeno. Em algumas doenças, como hepatites, HIV/aids, sífilis etc, a presença de anticorpos não ajuda o organismo a combater o patógeno, mas sua presença é muito útil para se diagnosticar essas doenças.

Os anticorpos da classe IgM são produzidos na fase mais aguda da doença, entre o 3º – 5º dias após o contato com patógeno. Logo depois, esses anticorpos IgM não são mais detectados. No contexto da Covid-19, os testes para detecção de IgM na sua fase mais precoce não foram ainda bem desenvolvidos. Assim, um resultado positivo deve ser cuidadosamente interpretado pelo médico, pois pode ocorrer muitos testes falso-positivo.

Por outro lado, os anticorpos IgG são aquele produzidos em uma fase mais tardia da infecção. Geralmente são detectáveis a partir do 10-15º dias após o contato com o patógeno. No contexto da Covid-19, as técnicas foram melhores desenvolvidas e apresentam boa acurácia, isto é, conseguem discriminar adequadamente os casos positivos e os casos negativos.

15. O que são as variantes do vírus? É possível identificar essas variantes em meus exames?

A primeira nova variante do vírus SARS-CoV-2 foi identificada no Reino Unido com repercussão clínica, isto é, essa variante se mostrou mais transmissível, porém sem achados relacionados a maior gravidade. Logo em seguida, surgiram novas variantes também com repercussão clínica, como a da África do Sul e a de Manaus (também chamada de P1). A variante da África do Sul mostrou-se mais resistente a ação da vacina Oxford/Aztrazeca e a de Manaus, ainda está sob investigação – acredita-se que a variante de Manaus possa ser mais transmissível e também causar maior gravidade entre adultos jovens. Até o momento, somente a metodologia de sequenciamento completo do genoma permite a identificação das variantes. Essa técnica tem sido utilizada apenas em estudos científicos. O custo para essa análise é de R$ 2.500,00 por amostra.

Para maiores informações seguem o canais de comunicação:

Servidores UFMS e terceirizados:

(67) 3345-7120

Email: marcia.romin@ufms.br

Alunos de graduação, pós-graduação (latu e strictu senso) e estagiários de pós-doutorado

(67) 3345-7918 (Whatsapp)

Email: sease.proaes@ufms.br

Comunidade externa

(67)99101-1021 (Whatsapp)

Email: labdip.famed@ufms.br

 

 

 

 

 

 

 

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